Segundo turno do XVII Fórum ANERMB é marcado por emoção

Postada, 20 de maio de 2018 às 6h19

Conforme previsto na programação do XVII Fórum Nacional das Entidades Representativas dos Policiais e Bombeiros Militares do Brasil - ANERMB, prosseguiu na tarde desta quinta-feira,17, no Auditório Caturama do Catussaba Resort Hotel, o ciclo de palestras estabelecido na grade do evento.

E para falar sobre Direitos Humanos e Segurança Pública, o deputado estadual e presidente da Comissão de Direitos Humanos da Assembleia Legislativa da Bahia, Marcelino Galo, discorreu sobre o tema destacando a atual crise política brasileira como o principal fator contribuinte na decadência da segurança pública nacional. 


Galo ressaltou também que outros pontos como as reformas trabalhistas que flexibilizam a relação de trabalho e que por consequência tem ocasionado um elevado número de desemprego no país, vem gerando altos índices de violência no país o que por consequência tem atingido e impactado a atividade militar. “Toda esses acontecimentos vão recair nas costas de alguém. E quem é esse alguém? As polícias! Que mesmo com uma estrutura que está produzindo as condições de acirrar, de radicalizar a violência e a criminalidade, por lei tem que fazer a manutenção da ordem.


Convidado a ser o debatedor do tema, o Sd PM Fabio Moraes falou sobre a necessidade de levar para os intramuros do policial militar, essa discussão sobre direitos humanos que conforme frisou, não se aplica apenas para o civil, mas também, ao público militar. “É preciso se fazer entender que os direitos humanos existem para todos. E como existe hoje uma preocupação muito grande sobre segurança pública, os aspectos positivos e negativos sobre a atuação dos policiais militares, nosso objetivo é trazer essa discussão dos diretos humanos dentro da atividade militar e apresentar aos extramuros, estes direitos deles”.

O soldado também salientou a inciativa da APPMBA na promoção do evento na Bahia. ”A APPMBA traz consigo esse diferencial. A busca de direitos por meio do diálogo. E este evento é um exemplo disso. Desde que teve início vem discutindo direitos e promovendo debates acerca deles. É um evento que permite aos militares da Bahia e dos outros estados a trocarem vivências e intercambiável experiências e conhecimentos. Então, é muito valoroso esse troca mútua de informações sobre questões culturais, sociais e peculiaridades”. 


Logo após, foi a vez da Coordenadora do Centro Maria Felipa da PMBA, Cap PM Leidian Peixoto Fogli e da Secretária geral da APPMBA e Assistente Social, SD PM Alaice Gomes, falarem sobre Direitos das Militares Estaduais em que trataram da questão dos 25 anos para as militares da Bahia. 


Em um discurso emocionado e que mexeu com a platéia, a Cap Leidian lembrou dos 14 estados brasileiros em que as militares estaduais já adquiriram este direito e frisou que a Bahia está muito atrás. “Além das atividades profissionais, nós somos mães, donas de casa, esposas e precisamos que este direito seja muito nos concedido. As policiais civis e federais são 25 anos e nós militares somos 30 anos. Então, o nosso estatuto precisa ser revisto, o artigo que trata a questão está engavetado e o que queremos é que o governador faça um projeto de lei complementar para ajustar essa questão”.


Segundo a Capitã, a ex - presidente Dilma Rousseff deixou a Lei 144 que já define a situação, mas como ficou a cargo de cada estado definir, aqui na Bahia não ocorreu. 

Ainda em sua palestra, a coordenadora do Centro Maria Felipa também discorreu sobre a introdução do Coaching no âmbito militar baiano, o que definiu como quebra de paradigmas. ”É uma inovação, uma novidade. Hoje temos casos de suicídios na corporação, de policiais militares que tiram suas vidas. E nós somos um ser complexo e temos vários pilares. E o Coaching vem exatamente para isso, para ajudar o policial militar a gerir suas questões, a ele se olhar, a ele enxergar como está o seu estado atual e como chegar a um estado desejado. Ele tem que equilibrar todos os seus pilares para que ele seja uma pessoa de alta perfomance. Evitar adoecer, atestados médicos e ser mais feliz”.


A coordenadora explicou que o Coaching visa tratar questões que vão contribuir para uma melhor qualidade de vida do policial para que ele faça uma atividade física, para que ele melhore sua questão espiritual, emocional, financeira, intelectual e todos os outros pilares da sua vida. “É um desafio do Centro Maria Felipa que diariamente recebe demandas que percebemos não ser uma questão psicológica, mas sim, emocional daquela pessoa,  que muitas vezes está estressada com os filhos e maridos, e que não sabe gerir estas emoções, o que vai dificultando suas questões de saúde mental,  até chegar por exemplo, ao suicídio. Então, trabalhando o Coaching com a mulher, o objetivo é que futuramente o DPS consiga atingir todo o público masculino e feminino para que tenhamos uma polícia militar mais sadia emocionalmente, intelectualmente e policiais vivendo com plenitude”, concluiu. 


Outro tema ainda discutido na tarde da última quinta-feira,17, foi o “Suicídio: Causas e Sintomas” apresentado pela Sub Ten PM e psicóloga, Elisângela Santana que expôs o assunto salientando o crescimento dos registros de ocorrências envolvendo policiais militares tanto com a tentativa do suicídio como na consumação dele.” É muito importante a questão da prevenção, pois, o suicídio pode sim ser prevenido se atuarmos com palestras, através de escuta, acompanhamento e principalmente mostrando que existe uma rede de proteção que nos proteje. Seja a família, seja o trabalho, uma atividade física ou a presença de amigos, sempre existem formas de nos proteger antes mesmo de buscar ajuda de um especialista”.


A psicóloga destacou que a Polícia Militar da Bahia disponibiliza de atendimento e uma rede de proteção formada por agentes multiplicadores, que passam por treinamentos específicos para ajudar os policiais acometidos pela situação, e que atualmente na Bahia, essa situação não é muito vivenciada


Também marcando presença no evento, o deputado federal Maj PM Rocha e especialista em Direito Militar, falou sobre política, um dos assuntos mais discutidos do XVII Fórum.

Para o parlamentar, é necessário que haja uma maior conscientização política  dos militares, pois, atualmente a atual bancada de deputados que existe na Câmara, precisa ser dobrada para que os interesses da tropa sejam defendidos e avançados com mais força. ”Temos pautas importantes para as próximas eleições e por esse motivo precisamos fomentar essa conscientização política nos militares para que possamos lá na frente, conquistar avanços significativos para eles e para o país também”.


O parlamentar ainda falou sobre a atuação do presidente da Entidade, Sgt PM Roque Santos na defesa da categoria na Bahia”. É um exemplo de liderança que ao longo dos últimos anos vem participando de vários debates a nível nacional. Tem estado conosco nas discussões e contribuindo para o fortalecimento das nossas lutas. É um líder que vejo nele uma marca muito forte. O diálogo. Ele vem buscando entendimento, colhendo experiências e conhecimento para lutar pelos ideais da sua tropa. Não tenho dúvidas, que o presidente desta Entidade, é um exemplo a ser seguido como gestor dela e é claro como defensor dos militares na Bahia”. 

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